quinta-feira, outubro 22, 2009

Há perguntas que têm que ser feitas...

Porque é que o homem não pensa antes de agir, antes de falar, as palavras têm um grande poder, são eternas e podem ferir mais do que os punhais. Mas todos nós as utilizamos sem se quer pensar nos estrago que pode estar a causar nos outros. Mil e uma questões já passaram e passam pela minha cabeça, porque será que quando tudo parece encaminhar-se, aparece um novo obstáculo, que nos deixa na dúvida, se estamos no caminho certo, se tomamos a decisão acertada.
Será que existem mesmo decisões certas ou erradas?, Será que devemos tomar as decisões sempre com a cabeça e não com o coração?, Porque é que é tão difícil esquecer alguém?, Porque é que as coisas acontecem? Porque é que as pessoas são tão egoístas e só pensam nelas e no seu bem estar, sem pensar no mal que podem estar a causar?, Porque é que toda a gente tem a mania de interpretar as frases que deixo no msn?, Porque é que nós não conseguimos simplesmente encerrar um capítulo e tentar começar outro?, Porque é que não deixo de pensar nas coisas que vivi, mas que me deixam triste por já não as ter e nunca mais as ter?, Porque é que apesar de todos os indícios contra eu ainda acredito que tudo pode mudar?, Como é que eu me deixei envolver tanto?
Sinto-me como uma mosca apanhada numa teia de aranha que quanto mais me envolvia mais emaranhada ficava, e agora como saio desta teia...

quarta-feira, outubro 07, 2009

....


Quando pensamos que tudo está a correr às mil maravilhas, mesmo com os pequenos percalços no caminho, deparamo-nos com um buraco bem fundo sem passagem para o outro lado. É assim que me sinto vindo do nada, ou apenas eu não queria ver, puxam-nos o tapete, tiram-nos o chão, sentimos que voltamos à estaca zero, que fizemos tudo errado e questionamo-nos porque é que ontem tudo estava bem e hoje tudo mudou. A primeira sensação foi falta de ar de não conseguir respirar, como se nos tivessem roubado o ar que respiramos, depois instala-se a dor, a confusão, não nos conseguimos concentrar em nada, parece que já nada interessa, que todas as palavras ditas são lâminas que nos cortam e nos vão ferindo lentamente.
Depois vem os sentimentos de como me deixei envolver nisto, como deixei ir tão longe, como me deixei levar, como pude iludir-me tanto, me enganar tanto e pensar que havia possibilidade de algo mais profundo a seu tempo.
Não me arrependo do que passei e fiz porque não tenho uma única recordação má, apenas queria mais, porque afinal estava mais enliada na teia da aranha do que pensei. Se antes questionava o que era gostar e amar hoje posso dizer que finalmente sei, foi é pena ter-me apercebido tarde demais... É sentir que quando a pessoa que amamos nos toca todo o nosso corpo estremesse, que ficamos com borboletas na barriga, que olhamos para a pessoa e os defeitos que ela acha ter são aquilo que mais gostamos, que o seu respirar é como uma caricia do vento, que os seus beijos nos fazem voar, levitar, esquecer o mundo e queremos mais e mais e quantos mais damos mais queremos, é o estar perto e não ser preciso dizer uma única palavra, é olhar para a pessoa e pensar que sorte tenho eu como gosto só de estar a olhar para ti para acalmar o meu coração. E desejar essa pessoa a todo o instante, querer dar-lhe prazer, pensar nela algumas vezes durante o dia, sonhar com ela, querer apenas ouvir a sua voz. É sentir o seu cheiro quando chega e quando parte, e não falo do perfume, mas do odor caracteristico de cada pessoa e que eu não acreditava ser possível sentir. É sermos companheiro, ouvirmos os seus desabafos, darmos a nossa opinião por mais diferentes que sejam, sermos cúmplices, partilharmos preocupações, pensamentos.
É pena que agora tenha que enterrar tudo isto e seguir em frente, para não ficar agarrada ao passado. E para quem sabe conseguir talvez pelo menos ser tua amiga. Eu sei que hei-de encontrar alguém que me entenda tão bem como tu, que goste ainda mais de mim do que tu, pelo que eu sou da minha maneira de ser, que vá de acordo com o meu timming, que não pense no futuro, ou pelo menos que quando pensar me veja nele.
No entanto, agradeço-te todos os momentos que passamos foram todos maravilhosos e eu acredito que podia ter dado muito certo, porque as nossas diferenças é que faziam as peças de lego encaixarem, e que apesar de termos quase sempre ideias diferentes em relação a muitas coisas no final acabávamos sempre por chegar a um consenço.
És uma pessoa maravilhosa, continuou a achar que eras o ideal para mim e acho que sempre vou achar, entendeste-me sempre como ninguém e tornaste-me uma pessoa diferente, mais aberta, com menos receios, menos inibida. Adoro-te e Amo-te e sempre vou amar-te, nem que seja de outra forma, porque sempre serás especial e muito importante para mim e tu sabes bem porquê.

domingo, outubro 04, 2009

O que salva o amor - Paulo Coelho

"L.Barbosa conta a história de uma ilha onde vivia os principais sentimentos do homem: Alegria, Tristeza, Vaidade, Sabedoria e Amor. Um dia, a ilha começoua a afundar no oceoano; todos conseguiram alcançar os seus barcos, menos o AMor.
Quando foi pedir à Riqueza quo o salvasse, esta disse:
- Não posso, estou carregada de jóias e Ouro.
Dirigiu-se ao barco da vaidade, que respondeu:
-Sinto muito, mas não quero sujar o meu barco.
O Amor correu para a Sabedoria, mas ela também recusou, dizendo:
- Quero estar sozinha, esotu a reflectir sobre a tragédia, e mais tarde vou escrever um livro sobre isto.
O Amor começou a afogar-se. Quando estava quase a morrer, apareceu um barco - conduzido por um velho - que acabou por o salvar.
- Obrigado - disse, assim que se refez do susto - Mas quem é você?
- Sou o Tempo - respondeu o velho.
Só o Tempo é capaz de salvar o amor."
(que assim seja)

TRULY, MADLY, DEEPLY!

Há uns 4 anos atrás alguém me deu este texto por acreditar no amor puro e por partilharmos o mesmo pensamento, espero que ela tenha encontrado esse amor puro e que o consiga manter. Eu vou acreditar que mesmo que não existam contos de fadas que haverão sempre finais felizes e que quando gosto, amo uma pessoa me entrego a ela plenamente, com o amor mais puro que pode existir.

"Há textos que funcionam verdadeiramente em espelho. Com este, a identificação foi instantânea. E por sorte minha, descobri-o num blog que é o meu mais recente vício - http://paradoxar.blogspot.com/ - escrito por alguém que é sem dúvida alguma possuidora de uma incrível genuídade e sensibilidade, a nossa colega blogger AMMEDEIROS."Quero fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha.Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso (Jornal Expresso, Sexta, 16 Set 2005).