quarta-feira, junho 16, 2010

Fénix

Cada vez me identifico com esta ave, um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Sinto-me renascida, cada dia que passa é como se nada se tivesse passado, realmente o tempo tudo cura, ou não, a ferida está cá e enquanto eu me lembrar dela, não te vou perdoar, por seres um cobarde, egoísta, medroso, interesseiro, só agora me apercebo que as coisas entre nós nunca podiam dar certo, não pelos elementos/ingredientes necessários para um relacionamento, porque esses estavam lá todos, não duvido disso nem um segundo, mas porque temos personalidades completamente diferentes e objectivos diferentes. Eu tenho bem definido aquilo que quero, quero uma vida como a dos meus pais, quero crescer profissionalmente, crescer com a outra pessoa, ter filhos, viajar, desfrutar ao máximo daquilo que puder. Tu não sempre desorientado, não sabe o que quer, sem planos de futuro, sem ambição, com medo de arriscar, acomodado, dependente dos outros, que necessita de constante atenção da parte de alguém.
E para comprovar isso bastou eu afastar-me de vez de ti que foste logo procurar outra tola que te aturasse, tenho pena dela, porque levas o tempo todo a lamentar da vida e das oportunidades que perdes, só as perdes porque te falta visão, ambição, coragem. Até acredito que tenhas sonhos, mas concretos duvido, um dia é faculdade, outro abrir uma escola de judo, outro fazer sites, outro sabe-se lá o quê não há quem aguente, tenho pena dela.
Não posso desejar que sejas feliz, estaria a ser hipócrita, espero que ela seja mais esperta que eu e te faça sofrer que te use como me usastes, porque precisavas de atenção, egoísta. Se me dissessem neste momento para te desejar algo seria que fosses infeliz, que nunca encontrasses o verdadeiro amor, que tenhas muitos pesadelos comigo e com a Xana. Mas o que eu gostava mesmo era que um dia acordasses te aprendesses, só para eu puder usar-te como me usastes, pisar como me pisastes, magoar como me magoastes, mas com a sorte que eu tenho isso não vai acontecer, bolas, que seca, queria tanto, apesar de não ser uma pessoa vingativa é o que tu mereces.
Ao fim ao cabo, acho que tu já és uma pessoa muito infeliz, sem estabilidade emocional, sem confiar em ninguém, dependente dos outros, queres constante atenção, que alguém te passe a mão pelo pêlo, só uma pessoa assim faz apelos através de mensagens no MSN ou no facebook, mas depois critica as outras, porque a carapuça serve. É muito triste não ter AMIGOS, na verdadeira ascensão da palavra, em quem possamos confiar quase a nossa própria vida, contar os nossos segredos mais íntimos. Não ter um irmão que nos apoie mesmo quando estamos errados. Estarmos dependentes da disponibilidade das outras pessoas, não sermos auto-suficientes. Realmente acho que tu encontraste no facebook aquilo que te faltava, uma ferramenta que te permitisse que as centenas de amigos que tens, pelo menos alguns vejam as tuas frases e te dê atenção.
Sim confiei em ti mais do que deveria, contei-te coisas que provavelmente não deveria ter contado, agora também não há nada a fazer. Continuou com raiva de ti sim. 
Infelizmente não me consigo livrar mesmo de ti porque para mal dos meus pecados continuas ligado ao meu irmão e volta não vai ele faz comentários, mas já aprendi que aquilo que não podes mudar deves aceitar.
Se um dia te vou perdoar? Não sei. Se um dia voltaremos a falar e ser amigo? Provavelmente não, não faria sentido nenhum, nem eu poderia confiar numa pessoa que me usou, para real proveito. 
Só agora eu percebi que o ajudares-me a esquecer-te era ver-te embeiçado por outra, brilhante, palmas para ti. Ainda por cima agora andas a assaltar berçários, realmente só uma miúda te poderá aturar e tolerar, uma miúda que se calhar tem a idade da tua irmã.  E deves gostar tanto dela que até colocas no MSN para todos verem, obrigada pelo respeito pela minha pessoa e principalmente por o fazeres depois dos meus anos. Às vezes és mesmo ridículo, enfim. Se queres que te diga desde o dia que acabaste comigo até à pouco tempo atrás, não sei distinguir o que era verdade e sinceridade, de mentira e cobardia.
Não vou fingir que nada aconteceu entre nós porque estaria a negar o meu passado, e os momentos bons e as boas memórias.
Sinto uma liberdade dentro de mim, como se durante este tempo todo eu estivesse presa, enclausurada, por este sentimento, que já era, só fico com pena que te tenhas revelado uma bela peça, se calhar fui eu que fiz uma imagem tua que não corresponde à realidade, mas porque tu te mostraste assim.
Uma coisa é certa as questões que pudesse ter, neste momento desvaneceram, já percebi bem o porquê de acabares e andares no vai não vai. Medo.
Eu sei e tenho a certeza que irei encontrar alguém que me irá amar da mesma forma que eu o amarei, que irá ariscar comigo, sem medo do que vier, que sabe o que quer, ambicioso.
E sinto-me mais preparada para ter um relacionamento, sei exactamente o que não quero e o que quero e principalmente os meus limites. Só eu sei o que custou tirar-te da pele, maldito sejas por eu te ter deixado entranhar tanto.
E o que me irrita é que apesar de já não gostar de ti ainda penso em ti, menos que antes com menos intensidade que antes, mas penso, dai também estar a escrever aqui, mas um dia vai haver alguém que te vai apagar, deletar ehehe, quando menos eu esperar.