terça-feira, fevereiro 22, 2011

Há dias assim...

Ultimamente não me apetece fazer nada, lol mas neste caso nem é propriamente uma coisa má, acho que estou numa tentativa de abrandamento da constante velocidade em que tento levar a vida. acho que em grande parte é porque me sinto mais leve, segura e confiante, mais equilibrada por isso posso dar-me ao luxo de não querer fazer nada porque nenhum pensamento avassalador me vai perturbar.
Também não me apetece falar com algumas pessoas, tenho o péssimo feitio de que tudo o que é demais enjoa, por isso talvez até a coisa seja mal vista e até mesmo mal interpretada, mas corro esse risco, elevaram-me o ego, são super queridos, mas agora fartei, será possível...
Acho que estou em pleno direito de decidir com quem quero falar ou não. Acho que finalmente também me faz falta o silêncio. Se calhar estou a usar algumas pessoas, usurpando delas apenas aquilo que quero, palavras doces, que me encham o ego e me elevem a alma, é errado, mas todos nós precisamos de vez enquando. Claro que quando a esmola é muita o pobre desconfia e no meu caso também enjoa.
Não há paciência para constantemente receber-se 10 vídeos do youtube com musicas lamechas, nem para tanta vontade de alguém me conhecer, nem para todos os dias puxar conversa, preciso de uma pausa ehehe.
No outro dia vi um filme que já tinha visto "Ele não está assim tão interessado", na outra vez não achei nada de especial, mas desta vez tirei muitas conclusões que me irão de certeza ser úteis pelo caminho. Uma coisa é certa quando estão interessados são umas melgas, uma coisa mesmo melosa, se estivermos a fim a coisa ainda passa e até achamos piada agora quando não estamos para ai viradas haja paciência. O mesmo se processa no inverso, com eles. É mesmo assim não há nada a fazer lolol, até tem a sua certa piada, visto agora de uma perspectiva diferente.
Bem não sei quanto tempo vai durar esta inércia, mas que até sabe bem sabe, podia estar deprimida, mas não apenas aprendi a lidar com o tempo e com o que faço com ele de forma diferente, mas sempre com divertimento e junto dos que mais gosto.
Cada vez que penso que levei um domingo todo deitada ou sentada no sofá sem fazer nada, nem me reconheço, mas os neuróniozinhos andam cansaditos e precisam de descanso de vez enquanto tadinhos (será que fui apanhada pela doença dos inhos e dos itos socorro).
Acho que hoje vou deixá-los bloqueados novamente preciso de férias, ehehe. Fala-se neles e lá aparecem,...pelo menos podia ser alguém que me dissesse alguma coisa, mas não nada que seca. 
Malditas borboletas que teimam em não aparecer lolol no umbigo lolol. Bem quando aparecerem até fazem buraco ehehe.
Sim, acredito no amor, qual é o mal, se não acredita-se acho que seria uma infeliz, existe eu sei que sim, basta deixarmo-nos levar, não pensar muito, confiar e acreditar que ele anda por ai, sim muitos desgostos podemos ter, mas pelo menos amamos e fomos amados, isso só por sim não será bom?
Eu estou pronta para o second round, eheh. Venha ele ;) 
Até lá vou preparando o espírito e alma e conhecendo pessoas novas, imprimindo movimento à vida, acreditando sempre que my time is coming.

O Louco

Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. 
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua. 
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”Assim me tornei louco. 
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

(Khalil Gibran)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

"É preciso correr riscos, dizia ele. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.
Deus dá-nos todos os dias - junto com o sol - um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não nos apercebemos desse momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual ao amanhã. Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na altura em que enfiamos a chave na porta, pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Mas esse momento existe - um momento onde toda a força das estrelas passa por nós, e que nos permite fazer milagres.
Às vezes, a felicidade é uma bênção - mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia ajuda-nos a mudar, faz-nos ir em busca dos nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões. Mas tudo isso é passageiro e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.
Mas pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque esse talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás - porque olhamos sempre para trás - vai ouvir o seu coração a dizer: «o que fizeste com os milagres que Deus semeou nos teus dias? O que fizeste com os talentos que o teu mestre te confiou? Enterraste-os bem fundo numa cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste a tua vida.»
Pobre daquele que escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado." 

Paulo Coelho, Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei, 1994

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Pensamentos soltos

Esta tem sido uma semana recheada de emoções, sem dúvida. E principalmente para arrumar gavetas que teimam em permanecer abertas. 
Finalmente percebi o que é estar do outro lado da moeda, o de não corresponder a um sentimento que alguém despertou por nós. Acho que sempre comportei à altura, que não enganei ninguém, nem dei a entender algo que não queria. Percebi que aquilo que já tinha certeza o melhor é irmos directos à questão porquê fugir, assim as coisas ficam mais claras e não dá espaço a mal entendidos. Não é fácil é um facto, podemos magoar a outra pessoa é verdade, mas tudo depende da forma como é dito, se for dito com carinho e mostrarmos o nosso apreço pela outra pessoa a coisa correr bem ganha-se um amigo para sempre e a dor é menor. Agora que me revi nesse papel sei que não é fácil, se pudermos fugir é bem mais fácil, se pudermos manter aquela sensação que somos adorados e amados que nos sabe tão bem é sem dúvida bem melhor. Mas temos que nos preocupar também com o outro, não é justo elevarmos o nosso ego às custas do sofrimento de alguém, atirando uma banana de vez enquando e mantendo-o ali. Sei bem o que isso é, aprendi às minhas custas, decisões erradas que tomei, arrependo-me mas pelo menos assim não posso dizer que não lutei por aquilo que eu acreditava. Às vezes a determinação tem dessas coisas, corremos atrás daquilo que queremos com todas as nossas forças e esquecemo-nos que há muito mais para além daquilo que nos oferecem, e que temos muito mais valor do que imaginamos.
Posso até perdoar quem não tenha a coragem de o dizer, mas nem por isso deixa de ser menos cobarde, nem de magoar o outro. É difícil mas não impossível e resolve qualquer mal entendido e é muito mais justo dizer que não correspondemos da mesma forma, mas que o gostariamos de o fazer, mas que a vida não escolhe de quem gostamos, as coisas acontecem, vem sei lá de onde, olhamos para alguém interagimos com a pessoas e as coisas acontecem sem pensarmos muito sobre elas, flui como pura magia, o tempo parece correr devagar e é todo nosso...
Sei que é errado desejar que uma pessoa não seja feliz, que se deve perdoar e seguir em frente. Não sei se sou assim tão boazinha ao ponto de perdoar alguém que me magoou tanto, pode ser que um dia o consiga, nunca se deve dizer nunca não é? Seguir em frente segui desde que tomei a decisão de cortar o mal pela raiz, não talvez tão "liberta" como deveria, mas se o caminho até lá tinha sido espinhoso, porque é que havia de ser mais fácil dai para a frente, mas tudo depende da atitude que tomamos perante os obstáculos.
Culpa minha eu sei, quem procura acha, nem que seja lenha para se queimar. Mas agora vejo que muitas peças do puzzle encaixam, que nunca estive muito longe da verdade, que por vezes distorcia as coisas, porque não me agradava, porque era doloroso demais, mas uma coisa eu sempre soube o problema não era meu, nunca foi. 
Jamais poderia desejar que alguém fosse feliz depois de ter aprontado e de me deixar na "merda", muito menos com a substituta. Se fosse do dia que tudo acabou a um ano, 6 meses, por mais que isso não possa ser controlado, era mais aceitável, agora que mal uma pessoa vire costas a outra tenta logo arranjar alguém, a sensação de "traição" paira no ar, e a de mentira impregna o ar. Por isso jamais em tempo em algum poderia desejar que essas duas pessoas fossem felizes, por mais que o 3 elemento não tenha culpa. Posso sim desejar que sejam felizes mas separados e com outra pessoa.
Se é justo, provavelmente não? Se e errado desejar a infelicidade a alguém, provavelmente não? Mas porque haveria eu de fingir aquilo que sinto? Ser hipócrita, se é algo que eu odeio.
Como eu disse as peças do puzzle encaixam e aquilo que ouvi durante meses, e que por vezes duvidava confirma-se, apesar de ter vindo pelas fontes que deveriam estar caladas à cerca de determinados assuntos, pelo menos esta informação fez com que o que parecia preto ou branco virou cinzento, ou seja, não love you e love you not, é love you but i can.
Por mais que seja dificil para algumas pessoas de quem gosto perceberem o como isto foi importante para mim, por me interessar ainda sobre o assunto, este desfecho serviu para confirmar aquilo que eu já sabia, eu não tenho nada de errado nunca tive, nunca tive culpa que tudo acabasse, não fui eu que o fiz ir embora, eu apenas me deixei ir, ele fez o caminho todo do principio ao fim.
O que sinto? Pena...é uma pessoa infeliz, que encontra alguém que lhe dá atenção  e como não consegue ficar sozinha, avança a velocidade cruzeiro, quando acha que já está demasiado envolvido salta fora porque o medo de que o passado se repita é enorme. Esquece-se é que por onde passa causa destruição feito furacão, quem sobrevive para o contar o dirá. Espero que um dia encontre paz, até para não magoar mais ninguém. E até peço desculpa mas não poderia desejar que fosse feliz com ela, não seria justo, onde estaria o karma a funcionar - what goes around comes around.
Pelo menos eu sei que o passado não se repete, nem que seja porque não tomaria a mesma decisão que tomei, acho eu, pelo menos nas mesma circustâncias.
Sei que sai disto tudo mais forte, não tenho dúvida, mais elegante lolol, pelo menos uma vantagem que estou a adorar, sinto-me mais bela, mais aberta, com vontade de experimentar o que me é desconhecido, coisas novas, aposto mais em mim, começo a ter a noção do que valho cada vez mais clara, não que não tivesse mas cada dia que passa acredito mais. Só eu tenho a noção o quanto "cresci" neste 2 anos. Sinto-me muito mais na pele de mulher, já não sou mais aquela miúda que se fechou para o mundo, disso tenho a certeza. Tanto mudou e tanto ainda vai mudar, eu sei. Aquilo que tanto anceio vai chegar mais cedo do que imagino, porque eu acredito e não vou desistir, porque esse nunca foi o meu lema. Mas apesar de todas as mudanças mantenho-me fiel a mim própria, com os meus valores e as minhas crenças. Começo a acreditar que ainda há muitas pessoas como eu por ai, e uma delas está à espera que eu a descubra :).