De Largarta a Borboleta

Hoje deu-se por terminado mais uma fase no processo de metamorfose que qualquer Borboleta passa. Da Lagarta que se apesar de não ser um bicho muito bonito, vive com tranquilidade no seu meio, alimenta-se de pequenas quantidades, que convive com poucas pessoas e que se limita ao seu circulo de amigo. A Lagarta que sente, mostra que sente, vibra com as emoções, mas não arisca, para não sofrer. Este bichinho que dá tudo por tudo para manter junto dele todos os que ama e não os deixar transformar em borboleta com medo que eles voem para longe e nunca mais voltem para estar com ela. Esta Lagarta apesar de ter medo deixou partir algumas lagartinhas que ainda hoje fazem parte da sua vida e que estão sempre lá, embora, se vejam muito menos, para o que der e vier, porque elas também sabem que as grandes amizades resistem ao tempo e sobrevivem até às mais intensas intempéries.Esta Lagartinha de repente resolveu passar à fase de casulo. Fase em que se fecho praticamente para o mundo vivendo apenas para aqueles de quem ninguém se consegue desprender, a família.Foi uma fase muito escura, em que deixou de existir sentimentos, ou pelo menos eles não eram demonstrados de forma alguma, que o raciocínio imperou sobre as emoções, em que o tempo que tinha de liberdade era passado a negar o que sentia para que ninguém tivesse a possibilidade de romper o casulo antes de tempo e a mágoas.Apenas alguns anos atrás uma libelinha entrou de novo na vida desta lagartinha e aventurou-se a tentar tirá-la do casulo embora esta não quisesse, sempre afirmando que tinha medo do mundo lá fora, que as coisas não eram como ela imaginava e que ela não tinha qualquer hipótese de sobreviver no mundo. Mas a libelinha insistiu e não se deu por vencida enquanto não abriu pelo menos um bocadinho do casulo. E assim se iniciou uma nova fase desta lagartinha que 3/4 lagarta e 1/4 borboleta se aventurou a espreitar o mundo lá fora e viu que realmente era maravilhoso. A libelinha trouxe amigos para que estes ajudassem o desenvolvimento da lagarta, mas ela resistiu e não se aventurou muito, sempre desconfiada e com o pé atrás, mesmo assim ela fez novas amizades. Desse novos amiguinhos houve um que se destacou acima de todos os outros, e um dos que mais ajudou a chegar à fase seguinte. Fase de que falo é da meia lagarta, meia borboleta. Este novo amiguinho mostrou-lhe muitas coisas novas, mundos que ela desconhecia, fez com que ela experimenta-se coisas novas, vivesse mais intensamente, sem pensar muito, sem pensar no amanhã, mas sempre com os pés na terra, sempre com medo. A este amiguinho juntaram-se duas joaninhas dum Pinhal, que era Novo, local onde a lagartinha foi parar depois de uma ventania. As duas joaninhas muito divertidas, sempre a quer puxar pela lagartinha a quer mostrar-lhe que podia confiar que elas nunca iriam abandonar, que a vida tem que ser vida em liberdade e não presa num casulo. Elas levaram a curiosidade à lagartinha que cada vez se interessava mais e mais por ver o mundo, por tentar expressar o que sente, por sentir simplesmente sem qualquer controle mental. Mas findos 9 meses, a lagartinha teve de abandonar o Pinhal, mas as amiguinhas e o amiguinho lá ficaram mas estão sempre perto dela em pensamento e no coração, assim como outras amiguinhas.
Entretanto a amiga libelinha acompanhou a lagartinha noutras paragens, desta vez mais perto de casa. Ai a lagartinha passou à fase seguinte, de 1/4 lagarta e 3/4 borboleta. Aqui a lagartinha conheceu umas abelhinhas que juntamente com a libelinha fizeram com que ela sentisse coisas que nunca antes tinha sentido, que expressa-se mais os seus sentimentos, que o medo fosse menor, que a vida é para ser vivida ao máximo e que se não arriscarmos nunca saberemos o que está para lá do arco-íris. Hoje quase borboleta, esta lagartinha agradece a todos os seus amigos por fazerem parte da sua vida, porque sem eles eu não seria nada, foram vocês e são que me fazem lutar todos os dias para ser melhor, para sair deste casulo que ainda me prende, mas que com a vossa ajuda um dia vai acabar por me deixar soltar as asas e voar bem alto até onde puder.

OBRIGADO AMIGOS, AMO-VOS.