terça-feira, março 30, 2010

Um dia de cada vez

Cada dia é mais um pouco que a esperança morre, cada dia penso menos uns minutos em ti, um passo de cada vez, é quase como se me estivesse a curar de uma droga. Afinal o amor é mesmo uma droga que nos vicia, que nos faz querer mais e mais e quando a temos que deixar ficamos na ressaca. Continuo a achar que não estou preparada para te deixar, mas acho que nunca ninguém está preparado para desistir quando quer muito uma coisa, quando amamos muito alguém e nos apercebemos o problema de tudo é o timming. Continuou à espera de um sinal teu, não devia mas continuou, um dia vou-me cansar e deixar de esperar.
Escrevi uma carta a dizer-te adeus, escrevi tudo o que sentia, mas continuou a achar que está incompleta apesar de já muito ter escrito, porque cada dia me lembro de uma situação que vivemos, de um momento especial. Dá-me pena ter que a queimar, de não a entregar, para que leias, afinal é uma carta de amor, pois está lá tudo aquilo que não disse antes. Mas que sentido faria enviar-te a carta, ponho-me muitas vezes a pensar sobre isso. Lias e depois vinhas atrás tirar satisfações por algumas coisas que lá estão escritas? Ficarias quieto? Respeitarias a minha decisão? Coisa que tu não fizeste da última vez. A tua posição não mudou nestes 6 meses, não seria por uma carta que ela iria mudar. Mas o meu coração gostava de te entregar esta carta como se fosse o último suspiro, a última acção, a última tentativa. Nem precisava de te ver de te encontrar, meios para o fazer não me faltam. Mas seria correcto? Faria sentido? Não é melhor deixar estar tudo como está? São tudo questões que a minha cabeça coloca, afinal na última vez que falamos ficou tudo dito, continuou a amar-te e quero mais do que a amizade que  tu queres oferecer. Deixamos de nos falar desde então, por isso porque preciso eu entregar a carta? Posso estar aqui a arranjar mil e um argumentos para a entregar e mil e um para não a entregar.
Este pensamento só se tornou mais intenso depois de ter visto o filme "Juntos ao luar". Por mais triste que fosse o filme parece que estou a ficar seca de tanto chorar. Houve mesmo aspectos do filme que me fazia lembrar de nós os dois, sei que é tudo encenado, que é apenas um filme, mas era como se nos tivesse a ver. A maneira como ela o acarrinhava e a reação dele a isso. O facto de ela lhe ter enviado uma carta de despedida e de uma das personagens ter linfoma, não sei explicar mexeu comigo.
Tenho que aprender que nem tudo se pode ganhar, tenho que aprender a recolher as armas e bater em retirada quando já não vale a pena, porque “Mais vale as lágrimas de um derrotado, do que a vergonha de nunca ter lutado.”, tenho que aprender que nem tudo depende de mim, que eu não consigo controlar tudo, nem fazer tudo.
Custa imenso e fica uma frustração imensa de que havia tudo para dar certo. Mas hei-de sobreviver, aliás como sempre o fiz até agora. Se pudesse desejar alguma coisa neste momento e nem que fosse como prenda de aniversário era as coisas alterarem-se por completo, porque também de nada me valia tu voltares para mim e não estares resolvido contigo, iria voltar tudo ao mesmo. Terias que voltar decidido que era mesmo isso que querias e provar-me.
Mas o que é que eu ando para aqui a dizer, não posso, não quero ficar à espera, o tempo não pára, tenho muito para viver e muito amor para dar, há-de haver alguém neste planeta que me corresponda da mesma maneira sem second thoughts, tenho tantos sonhos por realizar, só tenho pena que não sejam ao teu lado...

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